Cocaína
· A cocaína deriva da folha do arbusto da coca (Erytbroxylon Coca), do qual existem variedades como a boliviana (huanaco), a colombiana (novagranatense) ou a peruana (trujilense). A planta possui 0,5% a 1% de cocaína e pode ser produtiva por períodos de 30 ou 40 anos, com cerca de 4 a 5 colheitas por ano.
· Esta substância possui propriedades estimulantes e é comercializada sob a forma de um pó branco cristalino, inodor, de sabor amargo e insolúvel na água, assumindo os nomes de rua de coca, branca, branquinha, gulosa, júlia, neve ou snow. O pó é conseguido mediante um processo de transformação das folhas da coca em pasta de cocaína e esta em cloridrato.
· Regra geral, a cocaína é consumida por inalação, mas pode também ser absorvida pelas mucosas (por exemplo, esfregando as gengivas). Para além disso, pode ainda ser injectada pura ou misturada com outras drogas. Não é adequada para fumar.
· A cocaína tem uma acção intensa mas breve (dura cerca de 30 minutos), sendo que os seus efeitos são semelhantes aos das anfetaminas. Quando consumida em doses moderadas, a cocaína pode provocar ausência de fadiga, sono e fome. Para além disso, o indivíduo poderá sentir exaltação, euforia, intenso bem-estar e maior segurança em si mesmo, nas suas competências e capacidades. Os consumidores de cocaína costumam ser conhecidos pelo seu comportamento egoísta, arrogante e prepotente.
· Os consumidores de cocaína podem sofrer, a longo prazo, de irritabilidade, crises de ansiedade e pânico, apatia sexual ou impotência, transtornos alimentares (bulimia e anorexia nervosa), diminuição da memória, da capacidade ou da concentração. Podem ainda experimentar a chamada "psicose da cocaína", similar à psicose esquizofrénica, com ideias delirantes de tipo persecutório e alucinações auditivas e/ou visuais. A nível neurológico podem sofrer-se várias alterações como cefaleias ou acidentes vasculares como o enfarte cerebral. São ainda possíveis as cardiopatias (arritmias) e problemas respiratórios (dispneia ou dificuldade para respirar, perfuração do tabique nasal).
· A tolerância inicial desenvolve-se rapidamente quando o consumo é contínuo. Após a fase inicial, a tolerância não parece acentuar-se. De facto, os consumidores parecem experimentar o inverso: experienciam os efeitos da droga mais intensamente. Por vezes, a tolerância não é óbvia devido à mistura de cocaína com outras drogas.
· A cocaína não produz dependência física, no entanto é a droga com o maior potencial de dependência psicológica (razão pela qual a chamam de “gulosa”). A curta duração dos seus efeitos, induz facilmente ao consumo compulsivo.